Cravei seco, ainda em fevereiro, que as pernas do meia Danilo, do Corinthians, estavam travadas e que não merecia mais camisa no time. Reafirmando: a avaliação foi feita em fevereiro, quando recebi críticas ásperas de internautas e a mídia em geral ainda endeusava o jogador pela performance de 2012.
O aviso de que o Corinthians precisaria remoçar o time foi manchete neste canto do dia 17 de fevereiro, no empate por 2 a 2 com o Palmeiras, pelo Paulistão.
No comentário citei que a entrada do meia Renato Augusto no lugar de Danilo serviu para dar mais mobilidade na transição do meio-de-campo ao ataque.
Três dias depois, a manchete da coluna foi ‘Pare de teimosia Tite; remoce o time do Corinthians!’, numa alusão ao empape por 1 a 1 com o San Jose, na Bolívia, um time só ‘correria’ que deu sufoco no final da partida válida pela Libertadores.
Ali, a demonstração clara era para não se iludirem com o time envelhecido do Corinthians.
Vejam trecho daquele texto: ‘A impressão que fica é que o treinador Tite continua extremamente agradecido pela colaboração que o meia Danilo e o meia-atacante Jorge Henrique deram à equipe para o sucesso do ano passado, e por isso os mantém entre os titulares. São intocáveis’.
E prossegui: ‘O futebol de Danilo tem sido de uma pobreza jamais vista no Corinthians, e Tite não precisa ser turrão ao deixar o meia Renato Augusto no banco’.
Mesmo na vitória por 2 a 1 sobre o Milionários da Colômbia, no Estádio do Pacaembu, no dia 28 de fevereiro, críticas ao futebol do Corinthians e ao meia Danilo. ‘Sem mobilidade, ele não atacou e muito menos defendeu’.
JOGOU PEDRINHA
No jogo da volta, dia 3 de março, mesmo com vitória corintiana por 1 a 0, o título da coluna não era de perseguição e sim constatação da realidade. ‘Danilo jogou ‘pedrinha’, mas fez o gol da vitória do Corinthians’.
Eis o texto: ‘Futebol é um treco caprichoso. Quanto mais você vê menos entende. O meia Danilo, um dos piores do Corinthians na vitória sobre o Milionários por 1 a 0 na Colômbia, recebeu prêmio pela sua atuação, segundo informação da TV Globo’.
O amigo jornalista Elias Aredes Júnior, que comentou o jogo para a Rádio Central, com o seu inconfundível estilo sarcástico, sugeriu uma cama para que Danilo ‘roncasse’, lembrando que lugar para se dormir é na cama e não em gramado de futebol.
E na goleada sobre o Tijuano do México por 3 a 0, pela Libertadores, no Estádio do Pacaembu, dia 13 de março, minha avaliação foi quase mecânica no título da coluna: ‘Tudo bem com o Timão, apesar do meia Danilo’. Na linha fina a pergunta: ‘Por que o treinador Tite insiste com o jogador que destoa?’
Olha que desconfiança no título da coluna do dia 20 de março: ‘Será que no Corinthians é jogador que se escala, Tite?
O texto também foi contundente após empate por 1 a 1 com o XV, em Piracicaba: ‘Antes de você me questionar se vou pegar no pé do meia corintiano Danilo novamente, aviso que vou. Vou criticá-lo mesmo observando que hoje ele é blindado de críticas por aquilo que já representou ao Corinthians’.
E prossegui: ‘Perseguição? Não. Você sabe quantos chutes Danilo deu a gol adversário? Um. E chutou a bola na lua, de fora da área. Quantas vezes arrancou com a bola driblando adversários? Nenhuma. Quantas vezes colocou alguém na cara do gol? Uma vez, num raro lance de lucidez em que serviu o atacante Emerson em condição de concluir’.
No empate com o Santos por 1 a 1, dia 24 de maio, o último alerta sobre a decadência de Danilo neste texto. ‘Sugiro que o torcedor veja o teipe sem a emoção do calor do jogo e constate quantas bolas bobas Danilo perdeu por falta de perna.
Ele é bom jogador? Claro que é. O problema é que já não tem pernas para a exigência de futebol competitivo’.
Depois disso, parte considerável da mídia resolveu colocar óculos de grau para reparar a miopia e passou a ver o óbvio. Demorou. E como!
Futebol Interior blog