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07 março 2014

Em documento do Corinthians, organizadas recebem mesmo tratamento da Fifa

Organizadas do Corinthians têm acesso direto à diretoria, segundo documento oficial do clube

UOL

Para falar com o Corinthians, as torcidas organizadas usam o mesmo caminho que Fifa, CBF e até os jogadores do time: uma conexão direta com diretoria e presidente. É essa a mensagem presente no relatório de sustentabilidade, documento oficial alvinegro que será usado pelos advogados do Sapesp (Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo) na ação que o órgão move contra o clube do Parque São Jorge.

"Ao torcedor comum é indicado que use como canal de relacionamento o site e a ouvidoria, e ao organizado a diretoria e a presidência. É uma relação extremamente perniciosa. De tanto ouvirem os reclamos deles, se sentiram no direito de entrar e tentar matar os jogadores", disse Washington Rodrigues, advogado do Sapesp no caso, ao UOL Esporte.

A distinção consta no relatório de sustentabilidade do clube, documento publicado desde 2008 e que reúne informações diversas sobre o ano corintiano. A última edição saiu em 2013, portanto meses antes da invasão. Na seção de "canais de relacionamento", o clube explica como pode ser contatado pelos diversos agentes que o cercam, que vão desde a área esportiva até patrocinadores e mídia.

No esporte, o Corinthians divide seus relacionamentos entre entidades (Fifa, CBF, Conmebol, FPF e outras), equipe profissional, agentes de futebol, torcidas organizadas e torcida comum. De todos, só o corintiano não-filiado a nenhuma uniformizada é orientado a entrar em contato via site ou ouvidoria. Os demais têm contato direto com diretoria e presidência.

A relação compõe o caso construído pela Sapesp, que quer mostrar que o Corinthians é responsável pela invasão ao CT do início do mês, quando 200 torcedores entraram no local de trabalho alvinegro ameaçando, roubando e agredindo funcionários, jogadores e dirigentes. O sindicato pede uma indenização de R$ 6,2 milhões (R$ 200 mil para cada um dos 31 jogadores presentes) por danos morais e ambiente de trabalho inseguro.

Além do documento do clube, os advogados do Sapesp também usam como argumento o sistema privilegiado de compra de ingressos da organizadas e a comunicação do clube a serviço das torcidas. Em uma busca no site do Corinthians, segundo a ação, encontram-se 283 menções à Gaviões da Fiel, por exemplo, sendo a maioria delas é de divulgação de eventos como ensaios, festas e vendas de fantasias.

O Corinthians não comentará o processo até receber a citação oficial da Justiça - primeira audiência está marcada para 3 de junho. Nos bastidores, porém, o clube explica a situação. Os advogados alvinegros transmitem confiança de que o processo em si não dará em nada, por entenderem que o clube não pode ser responsabilizado pelo comportamento de terceiros.

Sobre a relação privilegiada com a organizada citada no documento, explicam que trata-se de uma formalidade. Por serem entidades constituídas, com cadastro de pessoa jurídica, a relação com as organizadas se daria institucionalmente. Com o torcedor comum, porém, a modalidade é diferente por se tratar de pessoa física.

De qualquer forma, o clube admite o tratamento diferenciado. Até a invasão, organizados eram recebidos com frequência pelos dirigentes. Em 2013, eles chegaram a falar duas vezes com membros do elenco em meio à crise. Depois da invasão, o Corinthians argumenta que a relação mudou.

O clube, de fato, parou de divulgar ações das organizadas em seu site, mudou o sistema de venda de ingressos e ainda não recebeu os torcedores.

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