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02 novembro 2012

Após anos de Lyon, veterano Cris, ex-Corinthians, busca se adaptar ao futebol turco

Cris no treino do Galatasaray

Cris no treino do Galatasaray
Crédito da imagem: Reprodução / Site
Com a experiência de quem tem 35 anos, sendo 24 dedicados ao futebol, Cristiano Marques Gomes, o Cris, ex-jogador do Lyon, Cruzeiro e Corinthians, passa por cima das situações complicadas que a vida e o futebol apresentam e se adapta as novas circunstâncias com a valentia de um defensor que já enfrentou alguns dos melhores atacantes do mundo. Depois de quase uma década de muitos títulos no clube que dominou o futebol francês neste início do século XXI, o jogador seguiu um caminho que tinha tudo para ser complicado, mas garante que já se sente pronto para os próximos dois anos de contrato no Galatasaray, líder do Camponato Turco. Nos quase dois meses de clube, já foi possível entender como funciona a paixão dos torcedores locais e traçar comparações entre a cultura brasileira e a turca.

- Tive uma ótima proposta do Galatasaray, e vim. O clube tem torcedores fanáticos, igual aos times do Brasil. Eles vivem o futebol, aqui. Estou gostando muito, o clube é muito interessante, está jogando a Liga dos Campeões, o que foi muito importante para a minha decisão. Conquistei praticamente tudo na França, mas o clube aqui também é vencedor. Já arrumei casa, escola para as crianças e o único problema é a língua. Como falo pouco inglês, estou com um professor particular, alguns jogadores falam francês e o Felipe Melo e o Taffarel (treinador de goleiros) me ajudam muito também.

Em entrevista exclusiva ao globoesporte.com, por telefone, Cris falou como foi a transição do futebol francês para o turco, revelou a vontade de voltar ao Brasil e o bom relacionamento com os jogadores brasileiros da época de Lyon. O Camisa 3 também deu sua opinião sobre a confusão entre o amigo dos tempos de Cruzeiro, Alex, e o Fenerbahçe - maior rival do Gala -, apesar de afirmar que os únicos que podem falar sobre o assunto são os envolvidos.

- Conheço o Alex desde os 20 anos. Ele é um amigo e sempre nos falamos. Mas é chato ver tudo o que ele fez pelo clube, o quanto ele se doou e ver como foi a saída dele. Alguns dias antes o clube o homenageou e depois o cara teve que sair pela porta dos fundos. Ninguém consegue entender muito bem o que aconteceu, só eles sabem. A imagem que ficou foi de falta de respeito e falta de reconhecimento pelo jogador que se entregou completamente ao clube.

Cris é assim. Fala o que pensa, mas pondera os dois lados. Afinal, intempestividade é uma característica dos jovens, não de um veterano que chegou a seleção em 1999, com o técnico Vanderlei Luxemburgo, e defendeu a amarelinha por uma década. Mesmo com tantos anos de profissão, o jogador não nega que disputar a Liga dos Campeões ainda é um diferencial na carreira de qualquer jogador, mas reconhece que as chances de classificação do Gala, que está no grupo H, são remotas e que a cada ano que passa se aproxima da aposentadoria (confira a classificação dos grupos na Liga dos Campeões).

Confira a entrevista na íntegra:

globoesporte.com: Aos 35 anos, pensa em voltar ao Brasil? Quer ficar por quanto tempo na Europa?
Cris: Eu tive propostas e telefonemas do Brasil, da Europa e do Mundo Árabe. Tinha também mais um ano no Lyon, onde estava bem adaptado. Apareceu essa proposta pelo Taffarel, apenas dois dias antes de fechar a janela. A negociação foi muito rápida. O Lyon também queria se desfazer de alguns jogadores por conta da situação delicada que estava vivendo economicamente. Conversei com a família e não teve muito o que pensar. Lógico que voltar para o Brasil seria uma opção muito gostosa. Mas eu preferi continuar na Europa.

Recebeu sondagens de brasileiros e escolheu não voltar? Por que?
Tive sondagens. Mas ainda não é a minha vontade voltar para o Brasil, neste momento. A minha intenção era voltar em maio de 2013, no final do meu contrato com o Lyon. Mas essa proposta de dois anos do Galatasaray adiou um pouco a volta. Não quero falar nomes em respeito aos clubes e por que não houve nada oficial. Mas teve clube de São Paulo, de Belo Horizonte e de Porto Alegre. Não fecho portas, no futebol tudo muda de uma hora para outra e conversando posso voltar antes do final do contrato. Gostaria de terminar minha carreira no Brasil. Acompanho muito o futebol brasileiro. Mas nenhuma proposta fez eu mudar de idéia quanto a ficar na Europa.

Qual é o objetivo do Galatasaray para este próximo ano?
No Campeonato Turco estamos na nona rodada e somos os líderes, até o momento, e já marquei meu primeiro gol. Na Liga dos Campeões ainda temos chances de classificar mais está muito difícil. Temos que ir a Romênia para buscar a vitória (contra o Cluj) e ainda assim dificilmente nos classificaremos em primeiro. Vamos brigar até o fim pela última vaga. Classificar para as oitavas de uma Liga é importante para qualquer jogador e todos os clubes. Mas, o objetivo é buscar o primeiro lugar em tudo, sempre.

Voltando para a época de Lyon, você ainda tem contato com os brasileiros que jogavam com você lá?
Somos amigos, temos uma boa relação. Tenho muito contato com o Juninho, com o Fred e com o Caçapa que, antes de eu vim para a Turquia, me visitou em Lyon. Estou sempre acompanhando os jogos do Fluminense e do Vasco por causa deles.

Você foi convocado pela primeira para a seleção há 13 anos atrás (sub-20). Ainda se vê, de alguma, na seleção?
Hoje não tenho mais esse objetivo (seleção) foram momentos maravilhosos. Vestir a amarelinha não é para qualquer um. Mas não tenho esse objetivo hoje e tem vários jogadores jovens que merecem a chance.

Aos 35 anos, pensa em jogar até quando?
Quando se chega aos 35 anos, você começa a pensar nisso. Mas não é fácil, a minha vida foi toda dentro do futebol. Desde os 11 quando fiz a peneira do Corinthians, eu estou neste meio. Estou me preparando a cada dia para o momento. Penso em mais dois ou três anos. Mas, daqui para frente vou analisar minhas condições físicas e mentais a cada ano para avaliar o momento certo. Quero me aposentar jogando no Brasil.

* Por Daniel Falcão sob supervisão de Marcos Felipe
Fonte: Globo Esporte

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