Terapeuta compreende chilique de Tite e dá dicas de equilíbrio

Durante a carreira, o técnico Tite sempre foi conhecido pelo tom de voz calmo e uma postura extremamente centrada no contato com a imprensa, mesmo com toda a pressão envolvida no futebol. Mas a temporada 2012 tem reservado surpreendentes momentos de estresse ao treinador. Durante a dura e vitoriosa campanha da conquista do Corinthians na Copa Libertadores da América, o comandante viveu picos de nervosismo e chegou a evitar entrevistas ao fim das partidas. Agora, surpreendeu ao ter um digno chilique:

aumentou o tom de voz e deu um soco na mesa depois de questionar a arbitragem na derrota de seu time contra o Santos, domingo, na Vila Belmiro.

Assim, a reportagem da GE.Net buscou explicações com uma especialista no assunto, Izabel Telles, terapeuta holística formada pelo The American Institute for Mental Imagery de Nova Iorque (EUA). A profissional citou os reflexos que a profissão de técnico de futebol causa no equilíbrio de qualquer pessoa.

'Nós vemos 22 pessoas correndo atrás da bola, além daqueles que ficam no banco de reservas sob os olhares de milhões de seres em uma situação que às vezes está envolvida até a vida e morte. É acima do que qualquer um pode aguentar. Esse técnico não deixou de ser um grande profissional e nem ser alguém equilibrado, mas de repente entendeu que algo não foi bom para ele', diz.

Izabel Telles compara a reação de Tite com a de um pai que trata aos berros o filho que derramou um copo de suco na mesa durante o jantar. Nestas situações, a terapeuta justifica que o ser humano deixa o lado emocional avançar sobre a parte racional.

'Nós somos feitos por partes, não somos blocos. No dia a dia, mostramos nossa parte profissional, nossas condutas, seguimos regras, então o lado esquerdo do cérebro prevalece, a parte racional. Mas quando você sofre uma agressão, há uma injustiça, uma outra parte avança', explica a terapeuta, ao citar sobre o lado direito do cérebro.

Nos dias de maior estresse, a dica de Izabel Telles é apelar para a imaginação para evitar novos chiliques. O ser humano deve pensar em uma balança e tentar manter o equilíbrio de suas partes. Assim, indica até um exercício que ajuda a manter a serenidade nos momentos de pressão, situação vivida constantemente durante as partidas pelos técnicos de futebol - e encontrada até em outras profissões, como um policial durante uma ação complexa.

'É um exercício curto, de respiração, que ajuda a acalmar. De olhos fechados, veja-se como uma balança, como aquela que representa a justiça. Sinta o eixo da balança como sua coluna vertebral e mantenha equilibrado os seus dois lados. É razão e emoção sobre o comando da sua consciência', encerra Izabel Telles.

Fonte: Gazeta Esportiva