Corinthians peita a FIFA

Demorou mas, enfim, um clube brasileiro decidiu não dizer amém a tudo que a FIFA impõe por aqui. E não é um clube qualquer, é o Sport Clube Corinthians Paulista, detentor da segunda maior torcida do país. Entendendo, acertadamente que a entidade extrapola quando impõe que sejam construídas estruturas físicas que serão usadas exclusivamente para atender seus interesses e, posteriormente, ficarão sem utilidade alguma, a direção do clube paulista, por seu dirigente Andreas Sanchez, já avisou a toda poderosa entidade que se ela quer obra provisória, que a faça às suas expensas.

As tais obras estruturas são para atender a imprensa, as autoridades e convidados da FIFA. Ora, a imprensa (especialmente televisão e rádio) pagam muito bem para ter direito de transmitir a Copa do Mundo. Assim, oferece recursos para que a organizadora do evento lhe dê a contrapartida, com instalações e equipamentos para que possam desenvolver seu trabalho. Já as autoridades – nesse caso, os dirigentes de confederações, federações e políticos em geral -, recebem mordomias que são plenamente dispensáveis. Se a FIFA deseja proporcionar-lhes bebedeiras e comilanças, que trate de se responsabilizar pela construção de espaço necessário para recebe-los.

Clube Atlético Paranaense, Sport Club Internacional, que são outros clubes privados que encontram-se em dificuldades para atender às exigências descabidas da FIFA, devem seguir o exemplo do Corinthians e mandar a entidade se virar por conta própria. Dinheiro não lhe falta para isso. A bem da verdade, o que falta mesmo é vergonha na cara para seus dirigentes, que precisam deixar de ser gananciosos, abrir mão de uma pequena parte dos bilhões de dólares que arrecadam com a Copa, e assumir suas responsabilidades. Sem transferi-las para o Poder Público ou para os clubes de futebol.

Parabéns para a direção do Corinthians. Estava mais do que na hora de alguém dar um basta às imposições da FIFA. Joseph Blatter e seus asseclas precisam saber que nem todo mundo neste nosso país é vaquinha de presépio, muito menos trouxa, como eles imaginam.

Fonte: josiaslacour@yahoo.com.br