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10 março 2014

Gobbi revela tristeza com desdobramentos de invasão ao CT e dispara: 'Estado é uma figura de ficção'

Presidente do Corinthians, Mario Gobbi, no prédio da Polícia Civil, no centro de São Paulo

ESPN

A invasão ao CT Joaquim Grava aconteceu no último 2 de fevereiro. Desde então, o Corinthians melhorou seu desempenho em campo, briga pela classificação às quartas do Paulistão, mas ainda dá dor de cabeça. O presidente Mario Gobbi segue dando explicações sobre o caso, demonstrando cada vez mais impaciência. Uma das perguntas feitas ao dirigente depois da derrota para o São Paulo, no último domingo, foi sobre Paolo Guerrero, que ainda não prestou depoimento mesmo depois de o próprio Gobbi ter dito que o peruano fora vítima de agressão - o jogador negou.

"O interesse todo é nosso, de funcionários, jogadores, comissão técnica -, que me cobraram isso e outras coisas, providências que já tomei. Eu fui pessoalmente ao delegado geral, prestei depoimento à delegada do caso, fiz minha parte. Cada um faz a parte. O problema do depoimento do Paolo é um problema dele com a polícia, não é meu. E de cada um que for chamado, ele que tem que dizer para polícia aquilo que ele viu", afirmou o presidente alvinegro.

"Se disseram que viu, mas ele diz que não viu, o que aconteceu, a testemunha é só um tipo de prova. Existem outras formas de prova a serem produzidas. Não é problema meu o que os seguranças, os jogadores e os funcionários disseram lá. Até porque eu não tenho o poder de obriga-los e nem a dizerem o que eu quero que eles digam. A polícia é que vai dizer o que aconteceu lá", falou.

A Polícia Civil, que cuida do caso, deve intimar nos próximos dias Guerrero e também Ramírez. O DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa) não quer abrir mão de ouvir o atacante.

Além disso, o Sindicato dos Atletas de São Paulo entrou na Justiça cobrando uma indenização de R$ 6,2 milhões do Corinthians, R$ 200 mil para cada um dos 31 atletas que foram "psicologicamente afetados" pela entrada dos uniformizados nas dependências do CT Joaquim Grava. Mario Gobbi disse que a segurança do clube é mais do que suficiente, citando a invasão como "inesperada".

"O que eu entendi é que o sindicato quer que o Corinthians dê segurança para que se trabalhe lá. O Corinthians tem todo um esquema de segurança montado lá. O que houve lá foi uma avalanche inesperada, um fato imprevisível e raro de uma quantidade enorme de pessoas que invadiram lá. Aquilo se tornou insuficiente", explicou o presidente do Corinthians.

O dirigente alvinegro ainda citou uma conversa com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seção São Paulo (OAB-SP), Marcos da Costa, para rebater o pensamento de muitas pessoas quanto às obrigações dos clubes diantes de suas torcidas organizadas.

"Estou vendo com tristeza. Falei com o presidente da OAB, que lançou um movimento contra a violência das torcidas e pela paz no futebol. No fundo, o presidente da OAB pensa que o clube tem a obrigação de cuidar do torcedor, esse é o erro nosso. Se não vou abrir um concurso público, Torcida Uniformizada do Corinthians, aí nós vamos tomar conta do estádio, das ruas onde a torcida passa, aí sim o Corinthians vai ter responsabilidade da violência. A violência é responsabilidade do poder público, vocês estão querendo privatizar mais uma coisa? O Estado já é uma figura de ficção, vamos privatizar mais uma coisa, tirar do ombro do Estado? Então, pra que tanto imposto que a gente paga?"

"Acho que eu moro em outro mundo, ainda bem que dezembro estou saindo fora. A mediocridade é muito grande... O Corinthians tem que cuidar da sua torcida? Eu preciso ir pro divã... A segurança pública não tem que cuidar, o poder público não tem que cuidar? Do nascituro, que precisa ter um berço, uma educação, para não ser um marginal hoje, isso tudo é culpa de Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, do esporte? Cada um cumpre a sua função, e a constituição federal é bem clara no capítulo de segurança pública. Está lá, é só ler e cumprir o que está lá", finalizou.

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