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12 janeiro 2014

Boias-frias do futebol

Os principais campeonatos estaduais estão aí, com início previsto nas próximas duas semanas e o momento é de reflexão, afinal, é o começo da temporada do futebol brasileiro, que neste ano, tem o calendário super apertado, graças à realização da Copa do Mundo entre os meses de junho e julho.

Durante a semana, o zagueiro Paulo André, do Corinthians, que é também presidente do movimento Bom Senso FC, admitiu que neste ano pode haver diversas manifestações e até mesmo greve dos jogadores, uma vez que das reivindicações feitas pelo movimento, no fim do ano passado, o único compromisso firmado pela CBF é que para 2015 os atletas terão férias de 30 dias e um tempo maior para realização de pré-temporadas.

Segundo André, isso é muito pouco, já que o Bom Senso FC quer outras mudanças, entre as quais o fair play financeiro e um calendário que atenda também aos pequenos clubes brasileiros. O zagueiro foi muito feliz ao dizer que o calendário brasileiro atende uma minoria e que cerca de 18 mil atletas ficam desempregados após o encerramento das competições regionais. Na visão de Paulo André, estes jogadores são “boias-frias” do futebol.

Hoje, a CBF promove o campeonato brasileiro em quatro séries (A, B, C e D) e isso garante emprego a jogadores e outros profissionais de pouco mais de 100 clubes, o restante fica desempregado ou perambulando de um lado para o outro em busca de trabalho, seja como jogador de futebol ou outra profissão.

Sem citar nenhum nome, me lembrei agora de um jogador que foi contratado pelo Uberlândia Esporte Clube (UEC) que, em 2013, passou por três clubes e, mesmo assim, não teve emprego o ano todo. Assim como ele, existem outros tantos que devem ter jogado por três ou mais times. O prejuízo é grande porque o atleta não consegue ter uma identidade com o clube e a cidade, está quase sempre distante da família, portanto não tem como acompanhar o desenvolvimento dos filhos e o clube não tem como equilibrar suas contas e, assim, não consegue honrar com seus compromissos financeiros.

A CBF parece não se importar com este fato e as federações estaduais, que deveriam atuar como mães de seus clubes, mais se parecem com aquela madrasta malvada que não está nem aí para o seu enteado.

Assim como na Europa, é necessário que a CBF amplie o seu leque de divisões e promova campeonatos das séries E, F, G etc, mas, é claro, sem sacrificar os pequenos clubes. Tem de promover competições atraentes, que despertem interesse dos torcedores. É preciso que sejam campeonatos inteligentes, que reacendam as rivalidades regionais. Além disso, a CBF que já fatura tanto dinheiro tem a obrigação de oferecer ajuda de custo para os chamados clubes pequenos.

Esperar que as federações façam alguma coisa não adianta, porque está claro que eles só olham para os chamados grandes e querem mais é que o times pequenos se explodam. Por isso, é absolutamente legítimo o movimento Bom Senso FC, que deve continuar lutando pela dignidade dos profissionais da bola.

Para mudar de assunto, quero informar que estarei de férias a partir de amanhã e junto comigo a coluna “Na Geral” também dá uma parada. Se Deus ajudar, no dia 12 de fevereiro volto para reassumir a editoria e também a coluna, afinal, em ano de Copa do Mundo e outras competições, 2014 vai ser pauleira. Abraço a todos!

Correio de Uberlandia

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