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10 dezembro 2013

Ministério do Trabalho vai vistoriar guindastes no estádio do Corinthians

Vídeo com momento da queda de guindaste na Arena Corinthians (Foto: Marcio Antônio Campos/VC no G1)
MAPA desabamento Arena Corinthians (28/11) (Foto: Editoria de Arte/G1)Por  G1
Para: CBN

 O Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) vai vistoriar na manhã desta terça-feira (10) os guindastes que estão interditados desde o acidente que matou dois operários na Arena Corinthians, em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo.

A pasta interditou operações com as nove gruas até que a construtora Odebrecht mostre que não há riscos para os trabalhadores de um novo acidente. Os documentos entregues pela construtora estão sendo analisados.

Os 1,3 mil funcionários retomaram, em 2 de dezembro, as atividades que independem da utilização dos guindastes, como revestimento, instalações elétrica e hidráulica e acabamento nas áreas externas.

O guindaste e a última estrutura da cobertura do estádio desabaram na quarta-feira (27). As imagens foram gravadas por um arquiteto que fazia uma visita técnica na obra.

A “caixa-preta” do guindaste foi retirada pelos fabricantes do veículo e entregue a perícia da Polícia Técnico-Científica para análise. O guindaste foi fabricado pela Liebherr Brasil, empresa de origem alemã. Apesar disso, a máquina pertence a Locar Transportes Técnicos e Guindastes Ltda, que disponibilizou o aparelho e o operador.

Na segunda-feira (9), o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, visitou o estádio. Ele cobrou nesta segunda-feira (9) que a ação da polícia seja mais enérgica contra envolvidos em brigas dentro de estádios. Na avaliação de Rebelo, o saldo de detidos após a briga no jogo entre Atlético Paranaense e Vasco, no domingo (8), foi pequeno.

 Operador
José Walter Joaquim, de 56 anos, era o operador do guindaste no momento do acidente. Ele operava o aparelho que suporta uma carga de 1,5 mil toneladas. Içava uma peça de 420 toneladas quando a estrutura e o guindaste tombaram sobre parte do estádio, atingindo dois funcionários, por volta das 13h.  O motorista Fábio Luiz Pereira, de 41 anos, e o montador Ronaldo Oliveira dos Santos, de 43, morreram esmagados pela peça. Eles trabalhavam para empresas terceirizadas. A construção do estádio está sendo conduzida pela parceria entre a Odebrecht e o Corinthians.

Segundo policiais civis ouvidos pela equipe de reportagem, Walter Joaquim deverá ser ouvido na quinta-feira (5) pela manhã no 65º DP para dar esclarecimentos sobre o acidente. Apesar de ser investigado, o operador do guindaste irá prestar depoimento inicialmente na condição de testemunha. Os investigadores alegam que é prematuro apontarem suspeitos sem ainda terem o resultado dos laudos técnicos dos peritos a cerca das causas do acidente.

“O currículo do operador tem inúmeros certificados. É um depoimento importante para sabermos o que ele irá relatar que ocorreu no momento em que operava o guindaste”, disse o delegado Antonio da Cruz.

O G1 não conseguiu encontrar o operador do guindaste nesta terça-feira para comentar o assunto.

Nesta terça, a investigação pretende conversar com mais duas testemunhas: um operário da obra, que integra a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), e um engenheiro de obras da Odebrecht, que deverá levar uma lista com os nomes dos outros trabalhadores que estavam no estádio no momento do acidente. Investigadores deverão ir nesta semana ao canteiro de obras para tentarem falar com esses empregados.

Até agora cinco pessoas foram ouvidas: três funcionários da Odebrecht e dois policiais militares que atenderam a ocorrência.

Obras retomadas
As obras no estádio do Corinthians foram retomadas na segunda-feira depois de um luto de cinco dias que interrompeu os trabalhos. Funcionários fizeram uma homenagem aos companheiros mortos: eles rezaram antes de iniciar os trabalhos. O ex-presidente alvinegro Andrés Sanchez e um padre participaram do ato.

Apesar disso, 5% da construção que foi atingida pela estrutura e pelo guindaste continuam interditados pela Defesa Civil. Peritos do IC trabalham em buscas de indícios do acidente no local. Além disso, na quinta-feira (28) técnicos do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) vetaram o uso das nove gruas e guindastes em uso pelos funcionários. Os procuradores querem que a construtora Odebrecht mostre que não há riscos para os trabalhadores de um novo acidente.

Diante disso, a Odebrecht informou que desde então estão sendo realizados trabalhos de revestimentos de paredes, pintura e instalações elétricas e hidráulicas. Cerca de 26 mil cadeiras já foram instaladas nas arquibancadas e o trabalho continua.

A empresa diz que, nos três níveis de subsolo do prédio, os trabalhos já estão praticamente concluídos. As atividades também prosseguem no gramado com manutenção, fixação de fibras sintéticas e instalação dos sistemas de resfriamento da grama.

O Ministério Público Estadual (MPE) também apura as causas dos acidente na esfera cível. A Promotoria de Habitação e Urbanismo analisa a possibilidade de embargar a obra.

 Especulações
A retomada da obra no estádio do Corinthians foi cercada por uma nova rodada de especulações sobre as causas do acidente e sobre o impacto do problema no cronograma de entrega do estádio.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon) e deputado estadual, Antonio de Sousa Ramalho, voltou a Itaquera e reafirmou que mantém a versão de que um funcionário teria relatado problema no guindaste.

Na semana passada, a Odebrechet negou a versão do Sintracon e afirmou que o sindicato de Ramalho não representa os trabalhadores. O sindicalista, apesar de não saber informar quem é o representante do Sintracon na obra, disse que 11 entidades representam categorias diversas na obra e que sua entidade é uma delas.

Corpo é retirado de local do acidente no estádio do Corinthians em São Paulo. (Foto: Eduardo Viana/Lancepress/AFP)

 Também nesta manhã, o presidente da Associação Brasileira de Engenheria e Consultoria Estrutural (ABECE), Jeferson Dias de Souza, acompanhou a retomada dos trabalhos e disse que o cronograma deve ser alterado. Entretanto, ele não soube informar de quanto tempo será o atraso. De acordo Souza, a ABECE acompanha as investigações de forma informal.

Tanto Odebrecht quanto Corinthians não divulgaram uma estimativa oficial do impacto do acidente no cronograma da obra e da entrega do estádio.

Fonte: CBN

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