Dois promotores estaduais e um procurador da República são os
responsáveis pelas investigações que cercam as obras da Arena da fiel,
estádio orçado em R$ 820 milhões e que deve abrir a Copa 2014. Pelo MPE,
Marcelo Milani já abriu ação contra o prefeito Gilberto Kassab por
improbidade administrativa, na concessão de incentivos fiscais ao
Corinthians e à construtora Odebrecht. A juiza da 2a. vara da Fazenda
Pública deverá decidir, nos próximos dias, se aceita abrir um processo
contra os envolvidos na obra.
A segunda investigação é administrativa (não é processo judicial) e
está a cargo do promotor José Carlos Freitas, que responde pela área de
Habitação e Urbanismo. O MPE trabalha em várias áreas jurídicas, na
tentativa de proteger os interesses da população. Freitas, por exemplo, é
o responsável pela cobrança do acordo judicial assinado com o
Corinthians e Prefeitura. O clube deve apresentar seu relatório anual
até o fim deste mês.
Esse acordo estabelece contrapartidas sociais de R$ 12 milhões pela
concessão do terreno do estádio (CDRU). Do lado do Ministério Público
Federal, o procurador da República José Roberto Pimenta (Patrimônio
Público) responde pela fiscalização do dinheiro liberado para
financiamento do Itaquerão, via Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico.
“Estamos cumprindo nosso papel no Estado de São Paulo”, comentou Milani, sobre a importância do trabalho do MPE de investigar (pela promotoria do Patrimônio Público) empresas que prestam serviços para governos (municipal e estadual) e governos que se relacionam com empresas e concedem isenções tributárias.
Como as investigaçõesdo Itaquerão têm a mesma origem (os contratos
assinados para construção do estádio), os promotores e procuradores
estão trocando informações entre suas áreas de atuação para abreviar o
tempo gasto com tanta papelada.
Do lado do MPF, o procurador da República, José Pimenta está debruçado
sobre o contrato de empréstimo entre BNDES e a construtora Odebrecht,
que ainda não foi assinado.
“Conversei com o procurador da República, José Pimenta, e ele me disse
que vai focar sua investigação na empresa BRL Trust, que foi fundada
em abril de 2011 e será responsável pela gestão de cerca de R$ 1 bilhão
até a quitação do empréstimo oficial”, explicou Milani. “Não sei se essa
empresa tem lastro financeiro para atuar nesse contrato que terá R$ 400
milhões do BNDES”, concluiu.
Milani veio da área criminal
Antes de ingressar na promotoria do Patrimônio Público, Milani, 54
anos, trabalhou mais de 20 anos na área criminal, em casos como o
julgamento do jornalista Pimenta Neves, condenado por assassinato de sua
namorada.
“Participei do inquérito que deu origem ao processo no Tribunal do
Júri. Investiguei também o assassinato dos pais de Suzane Richtofen.”
Milani fez também a acusação dos 18 skinheads (carecas) que mataram uma
pessoa na Praça da Sé, em 2000. Todos foram condenados por homicídio:
“alguns ainda devem cumprir pena”, disse Milani.
Na área civil, o promotor é autor também das ações de peso: contra o
contrato entre Prefeitura e Controlar (que fiscaliza os motores da frota
paulistana); e contra a licitação da linha 5 do Metrô. Nesta última,
Milani pede indenização para o Estado no valor de R$12 bilhões.
Na ação de improbidade administrativa contra a Prefeitura, Gilberto
Kassab, Odebrecht, Corinthians, Arena Fundo Imobiliário e BRL Trust, o
promotor pede multa de R$ 1,74 bi contra todos os envolvidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Mande seus comentários assim como as criticas também, mas as criticas construtivas. As sugestões e pedidos serão aceito com muito prazer. Os melhores comentários serão postados neste blogue. Assim como as criticas, sugestão e pedidos.