Segundo Alckmin, Corinthians não ficará com 'um parafuso' do investimento.
Governo irá investir em arquibancadas móveis caso estádio seja escolhido.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, confirmou nesta quinta-feira (21) que o governo estadual irá buscar investidores para viabilizar a abertura da Copa do Mundo de 2014 no estádio do Corinthians, na Zona Leste da capital paulista. Segundo estimativa inicial, serão necessários entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões para a construção de duas arquibancadas móveis na arena - os lugares extras não estão previstos no projeto do clube e são exigência da Fifa para a realização da abertura do mundial.
Alckmin, que sempre afirmou que o governo estadual não colocaria investimentos próprios em um estádio privado, explicou nesta quinta que o dinheiro será utilizado apenas para a realização da abertura, e que nenhuma estrutura ficará para o Corinthians.
“Eu quero reiterar o que tenho dito – não terá um centavo de dinheiro publico do governo do estado de São Paulo em estádio privado. Agora, em outubro a Fifa vai decidir onde será abertura da Copa. Então, se for decidido que a abertura será em São Paulo, e isso é importante para São Paulo e para o Brasil, o evento da abertura da Copa, que é transitório, você monta e desmonta, nós vamos, sim, buscar parceiros para viabilizá-lo”, disse o governador. “O estádio é do Corinthians, mas o evento é de São Paulo, é do Brasil.”
Segundo Alckmin, caso a abertura seja confirmada, exigindo os investimentos, “nenhum parafuso” ficará para o Corinthians. “Na realidade, a abertura da Copa do Mundo, você precisa ter um estádio de 67 mil lugares, o que não tem. Você precisa de uma montagem provisória. Você monta, faz o evento, desmonta. Não fica nada no estádio. São Paulo não investirá um centavo em estádio privado”, disse o governador.
Segundo ele, o governo poderá colocar dinheiro próprio na realização da abertura. “Nós vamos buscar parceiros, o governo do estado também pode participar, buscar outros, o [governo] municipal, federal, privado, isso é algo a ser discutido.”
Investimentos
Nesta quarta-feira (20), o presidente do Comitê Organizador da Copa em São Paulo, Emanuel Fernandes, que também é secretário estadual de Planejamento e Desenvolvimento Regional, havia confirmado que São Paulo trabalharia para o aumento do número de lugares no estádio.
“Quando nós fomos apresentar as garantias, os arquitetos colocaram que vai se gastar entra R$ 40 milhões e R$ 50 milhões para a instalação de estruturas provisórias, mas o governo de São Paulo ainda não fez todas as análises, não fez cotação, ainda não arrumou parceiros que podem nos ajudar. Portanto, nós não temos um número, nós temos a ordem de grandeza desse número que é em torno de R$ 40 milhões, R$ 50 milhões. Por falta de estrutura provisória, nós não vamos deixar de abrir a Copa do Mundo”, disse Fernandes na noite desta quarta.
A confirmação de investimento público na abertura do mundial foi confirmada pelo secretário após a construtora Odebrecht informar que o valor de R$ 820 milhões da obra se refere a um estádio com capacidade para 48 mil lugares. Seria necessário, portanto, duas arquibancadas móveis removíveis, atrás dos gols, que seriam usadas só para os jogos da Copa. A estrutura provisória vai aumentar a capacidade do estádio para 68 mil lugares.
Incentivos fiscais
Na manhã desta quarta-feira, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, assinou a sanção ao projeto de lei que dá incentivos fiscais para a construção do estádio do Corinthians. O time receberá R$ 420 milhões em forma de incentivos fiscais. Esse valor não sairá diretamente dos cofres da Prefeitura. O dinheiro será repassado através dos Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs), que serão vendidos no mercado a qualquer empresa.
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