No desespero para ser confirmado como sede do jogo inaugural da Copa do Mundo de 2014, o estado de São Paulo se apoia em uma engenharia matemática quase tão confusa quanto a usada para justificar os atrasos da obra do Itaquerão, futuro estádio do Corinthians, na capital paulista. Avaliado inicialmente em R$ 820 milhões — esse valor certamente será maior ao fim da empreitada —, o Itaquerão deve usar, pelo menos, R$ 70 milhões de dinheiro público, segundo admitiu, na terça-feira, o governo estadual.
O dinheiro seria utilizado na construção de uma projeção móvel que ampliaria a capacidade da arena de 48 mil lugares — como sempre projetou o Corinthians — para 68 mil — como exige a Fifa àqueles que quiserem sediar a abertura da Copa.
A confissão de que milhões de reais sairão dos cofres públicos direto para o estádio do Corinthians vai de encontro ao que disseram pelo menos três autoridades nos últimos anos. “Mesmo que São Paulo tenha recursos, eles não serão dirigidos para estádio”, jurou o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, no ano passado, repetindo discurso do governador Geraldo Alckmin no mesmo mês. Três anos antes, o ministro do Esporte, Orlando Silva, também já havia embarcado no discurso: “Não haverá um centavo de dinheiro público para estádios”, sentenciou.
Mais complicado do que o costumeiro “não escrevam o que eu disse”, entretanto, é a intruncada forma de pagamento supostamente acertada entre Corinthians e a construtora Odebrecht, conforme noticiou ontem o jornal Folha de S. Paulo. Na teoria, o contrato entre os dois prevê a quitação de R$ 400 milhões (os outros R$ 420 milhões saem de incentivos fiscais da prefeitura) com as rendas geradas pelos jogos do time no estádio. E mais: o dinheiro nem sequer passaria pelos cofres do Corinthians.
Isso tudo, segundo a empreiteira, uma vez que o clube ainda não assinou tal acordo. “Há um fundo que será detentor do terreno, de direitos (naming rights) e receitas do estádio”, disse à Folha um dos diretores da Odebrecht Carlos Armando Paschoal. É o fundo que pegará dinheiro do BNDES e se comprometerá a pagar.
Na matemática corintiana, porém, o lucro com o Itaquerão passará de R$ 120 milhões ao ano. O que daria para pagar o BNDES no prazo estipulado — 10 anos — e ainda sobraria dinheiro para o clube. É improvável: o último jogo do Corinthians no Pacaembu — vitória sobre o Internacional por 1 x 0 pelo Brasileirão — teve R$ 1,1 milhão de renda. O que significa que, das duas, uma: ou os contratos publicitários do Itaquerão serão espetaculares, ou o time precisa realizar mais de 100 jogos por ano em casa, com estádio cheio, o que, evidentemente, é impossível.
O dinheiro seria utilizado na construção de uma projeção móvel que ampliaria a capacidade da arena de 48 mil lugares — como sempre projetou o Corinthians — para 68 mil — como exige a Fifa àqueles que quiserem sediar a abertura da Copa.
A confissão de que milhões de reais sairão dos cofres públicos direto para o estádio do Corinthians vai de encontro ao que disseram pelo menos três autoridades nos últimos anos. “Mesmo que São Paulo tenha recursos, eles não serão dirigidos para estádio”, jurou o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, no ano passado, repetindo discurso do governador Geraldo Alckmin no mesmo mês. Três anos antes, o ministro do Esporte, Orlando Silva, também já havia embarcado no discurso: “Não haverá um centavo de dinheiro público para estádios”, sentenciou.
Mais complicado do que o costumeiro “não escrevam o que eu disse”, entretanto, é a intruncada forma de pagamento supostamente acertada entre Corinthians e a construtora Odebrecht, conforme noticiou ontem o jornal Folha de S. Paulo. Na teoria, o contrato entre os dois prevê a quitação de R$ 400 milhões (os outros R$ 420 milhões saem de incentivos fiscais da prefeitura) com as rendas geradas pelos jogos do time no estádio. E mais: o dinheiro nem sequer passaria pelos cofres do Corinthians.
Isso tudo, segundo a empreiteira, uma vez que o clube ainda não assinou tal acordo. “Há um fundo que será detentor do terreno, de direitos (naming rights) e receitas do estádio”, disse à Folha um dos diretores da Odebrecht Carlos Armando Paschoal. É o fundo que pegará dinheiro do BNDES e se comprometerá a pagar.
Na matemática corintiana, porém, o lucro com o Itaquerão passará de R$ 120 milhões ao ano. O que daria para pagar o BNDES no prazo estipulado — 10 anos — e ainda sobraria dinheiro para o clube. É improvável: o último jogo do Corinthians no Pacaembu — vitória sobre o Internacional por 1 x 0 pelo Brasileirão — teve R$ 1,1 milhão de renda. O que significa que, das duas, uma: ou os contratos publicitários do Itaquerão serão espetaculares, ou o time precisa realizar mais de 100 jogos por ano em casa, com estádio cheio, o que, evidentemente, é impossível.
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